Thursday, December 25, 2008

e por falar em discursos infelizes

Sua Eminência o Papa, de entre todos os flagelos que atingem a humanidade, a guerra, a fome, a ignorância, a pobreza, a degradação ambiental, entendeu por bem destacar os perigos da homossexualidade. Estamos com certeza perante mais um contributo valioso da Igreja Católica para o mundo - pode ser que daqui a 200 anos peçam desculpa.

o que se dispensava no Natal

1. o discurso do Sr. Primeiro Ministro, com o seu ar natalício/esperançoso/é ano de eleições e vamos ver se conseguimos esticar isto para mais um mandato. Depois vem o ano novo e o discurso do Sr. Presidente, igualmente piegas, mostrando preocupação com o rumo do país e com palavras de encorajamento contra a adversidade;
2. as histórias de pobrezinhos e aflitos, que preenchem mais de metade do telejornal. Como que por milagre, a pobreza desaparece depois do ano novo;
3. os filmes bíblicos;
4. os encontrões e enchentes nos centro comerciais;
5. as mensagens de boas festas para o telemóvel.

o natal foi preto e verde

As ideias para este Natal foram extraordinárias - a este ritmo não sei como será para o ano que vem, comecem-se já a preparar (eu já tenho uma ideia a germinar). Peças de teatro, livros, cadernos de notas com capa feita à medida, presentes solidários, romances de cordel, malas catitas, paninhos rendados, tudo embrulhado a verde e preto. Até sobraram, contra todas as expectativas, meia dúzia de cogumelos. Estavam muito bons, como de costume, mas a comida era muita e havia que pensar em arranjar espaço para o arroz doce e bolo de cenoura que tínhamos à espera no final. Foi um Natal delicioso, quente e cheio de riso. Mal posso esperar pelo próximo.


A árvore
Os embrulhos

As prendas da Marta
As minhas prendas

A prenda da Sara

Wednesday, December 24, 2008

plano culinário estratégico

Frango assado, sopa de cação, migas e ensopado, bacalhau. Café, pão. Amanhã há cabrito. A minha barriga há muito tempo que não estava tão feliz.

o jantar de biólogos

Sabemos que estamos perante amigos quando as conversas e o riso surgem sem qualquer esforço. Somos amigos há mais de dez anos, crescemos juntos e as saudades eram já apertadas. Continuamos com o mesmo humor simples e de sítios diferentes vemo-nos com o carinho de sempre.

a viagem

Comprei o bilhete de avião em Setembro, pensava eu que ainda a tempo de arranjar um bilhete mais em conta. Mais baratinho foi, de facto, mas tive que passar a noite no aeroporto de Luton. Até à meia-noite não foi muito mau, ainda tinha bateria no computador e entretive-me a ver um filme. Depois lá consegui adormecer, enroscada numa cadeira, com o cachecol enrolado à volta dos olhos para me proteger da luz. Dormi até à uma da manhã porque acordei com o alarme de incêndios do aeroporto. E lá foi aquela gente toda que estava a dormir para a rua, bater os dentes com frio por mais de meia hora, tempo para os bombeiros virem, inspeccionarem e reinspeccionarem as instalações e verificarem que não havia fogo ou problema algum. Estão os meus caros amigos recordados que esta é já a minha segunda evacuação de um aeroporto e, se a isto somarmos as estações de comboios, já vou em três num espaço de um ano. O cosmos está a tentar dizer-me algo, bem sei. Razão tem o Fernando em dizer que eu devia ter lançado, no âmbito das comemorações dos 30, um best of com as minha melhores histórias. E são muitas.

o último fôlego

Este mês de Dezembro foi de pouca escrita, imposição minha, necessária para o cumprir das metas a que me tinha proposto antes das tão desejadas férias de Natal. Muitos PCRs fiz, géis, e muitas bandas a brilhar nas fotografias do caderno de laboratório, que é o que se quer. Com os relatórios prontos antes do embarque, enfim, voei para Lisboa com a sensação de dever cumprido. Mais ou menos, que ainda faltava uma apresentação no departamento do IST, para a qual fiz uns bonequinhos novos para disfarçar a falta de treino. Mas lá foi, com a voz a tremer como de costume, mas sem muito sofrimento prévio. Tempo também de fazer o balanço deste ano com os chefes e a garantia que vou ter muito trabalho em 2009, mas a seu tempo falarei disso, em Janeiro, que o Natal não é tempo de se terem conversas sérias.

(quite) impressive

O último concerto que vi em 2008 foi executado de forma sublime pela Orquestra da Escócia, que interpretou a Danação de Fausto, de Berlioz, acompanhada por um coro de escoceses afinados. E eram muitos, a música era muito boa, daquelas que arrepia. Verdadeiramente impressive, que é daqueles adjectivos que caem sempre bem em qualquer conversa, ao estilo do nosso "interessante". Das palavras em inglês falado, há outras tantas que uso frequentemente: "damn" ou "bloody" são das minhas preferidas (damn work, bloody weather). E já que me estou sempre a queixar, mais vale que o faça com pinta.

Monday, December 15, 2008

Monday, December 8, 2008

Tuesday, December 2, 2008

o desafio agora é

Chegar ao laboratório sem uma perna partida.

Wednesday, November 26, 2008

gestão de emoções

Três semanas separam-me do regresso a casa. Até lá, gostaria de acabar muita coisa que tenho em mãos, pois não me agrada nada entrar no novo ano sem concluir as análises e experiências do ano velho. Mas como milagres não acontecem, pelo menos por estas bandas, já me convenci que não vou conseguir fazer o que queria. Diga-se que este processo de convencimento foi feito sem exceder muito o limite de sofrimento que este doutoramento me causa. A triste realidade é que os dias têm, faça chuva ou sol, vinte e quatro horas, e tão somente estas. A esta surpreendente saúde mental não é alheio o facto de ter passado a ir diariamente ao ginásio. Até já corro, que orgulho! Sim, porque uma pessoa cansada tendencialmente não pensa tanto, e eu, que já durmo que nem uma pedra na maior parte dos dias, agora nem um tremor de terra me acorda.

Monday, November 24, 2008

de volta à ternura

Ainda não acabei o livro, ando a poupá-lo (e nem imaginam o que isso me tem custado!) e a deliciar-me aos bocadinhos. O elefante salomão é delicioso, como maravilhosas são as outras personagens que o acompanham. Uma vez ouvi Saramago dizer que nunca mais seria capaz de escrever uma história como a do Memorial do Convento, talvez porque se tenha tornado demasiado desiludido e triste com o mundo. Com salomão temos a ternura e a esperança de volta - esperemos que ele chegue bem ao seu destino, pois tanto ele, como todos nós, precisamos de um final feliz.

Sunday, November 23, 2008

o filme

Não raras vezes as adaptações de livros ao cinema desiludem. Desta regra lembro-me de poucas excepções: O Carteiro de Pablo Neruda, um lindíssimo filme baseado num romance medíocre; O Fiel jardineiro, extraordinário, impressionante, tal como o livro. A dificuldade de transpôr um livro para o cinema e de agradar a quem já o leu é enorme, nem que seja pelo facto de que cada um de nós já realizou o seu próprio filme, necessariamente diferente daquele que vemos. E sim, é verdade que o filme não deve ser o livro decalcado, porque se tratam de formas de comunicação diferentes. E como já tinha dito, fui ver O Ensaio sobre a Cegueira mais ou menos com o coração nas mãos, na expectativa de ver o que é que o Fernando Meirelles, homem inteligente e capaz de muito, tinha feito com o meu querido livro. Fica o preâmbulo.
E o que é que eu achei do filme? No início achei a aproximação à história um bocado fria, distante, senti que faltavam lá as palavras do Saramago para fazer daquelas pessoas gente e dar sentido àquela vivência. A crueldade é tangível nas cores usadas, a solidão daquela gente visível no desfocar da câmara. Mas faltou qualquer coisa, faltava lá a humanidade, se assim posso dizer. Quando Meirelles conseguiu fazer isso, aí sim, o filme ganhou outra dimensão, nos momentos que para mim foram os mais belos: quando eles ouvem música, ainda no início da quarentena; quando as mulheres lavam, carinhosamente, uma outra já morta; quando, já no exterior, naquela cidade abandonada (como eu a imaginava), passam por uma casa onde se ouve um piano; quando se lavam na chuva e quando (e aqui emocionei-me mesmo, primeiro na expectativa do que sabia que ia acontecer, depois por ver uma das mais belas partes do livro ganhar vida) o cão lambe as lágrimas da mulher. O filme não me levantou do chão do princípio ao fim, mas acho que talvez esta fosse uma batalha perdida logo desde o início. Mas certamente não será um filme que esquecerei.

Friday, November 21, 2008

e eu que pensei que este dia nunca mais ia chegar

Recebi um email da Jean a dizer "seems fine", outro do Professor Gabriel a dizer que sim, podemos submeter. Assim, tão somente assim, depois de tantas versões, emendas e lágrimas (algumas que correram hoje, de alegria), terminei o meu primeiro artigo.

chegou, já lhe posso fazer festinhas

Thursday, November 20, 2008

do verbo impingir

impingir, obrigar a aceitar

Este ano foi a vez do meu pai receber pelos anos um livro do Amin Maalouf, o Samarcanda. Sempre que posso ofereço ou tento emprestar um livro deste senhor, para converter amigos e família a um dos escritores que é imperativo ler. Por isso não se admirem se, neste Natal, for a vossa vez.

Wednesday, November 19, 2008

8 ou 800

O meu pai sempre disse, e de vez em quando lembra-me não vá eu estar esquecida, de que sou uma pessoa de excessos, do oito ao oitocentos. É bem verdade. Gosto muito daquilo que gosto. E não gosto, com igual convicção, daquilo que não gosto. A preto e branco. Quando de gente se trata, estas pessoas que admiro profundamente, estão próximo da definição que uma agnóstica pode ter de divino. Na versão materialista são génios. O Saramago é uma dessas pessoas, como tantas vezes o digo. Gosto tanto dele, de o ler e ouvir, que qualquer coisa que escreva é meramente uma aproximação da dimensão do génio generoso que ele é ou dos tributos que ele merece que lhe sejam feitos. Esta quinta estreia o Blindness. Vou ver, sozinha, porque é assim que eu quero que seja, como que se estivesse novamente a ler o livro, sem nada que se intrometa ou me distraia.

Sunday, November 16, 2008

why not?

Lembram-se daquele episódio do Seinfeld em que o George decide fazer tudo ao contrário do que o seu instinto inicial lhe diz para fazer? Foi assim mais ou menos neste espírito que na semana passada fui a um curso de remo num lago aqui perto. Não fossem as más condições atmosféricas teria experimentado remar uns quantos metros antes de cair à água. É que aqueles barcos parecem assustadoramente estreitos e auguram frequentes mergulhos. Enfim, no próximo ano junto-me ao clube no curso para iniciados, no meu novo eu mais desportivo, temporada 2009 .

Friday, November 14, 2008

já há muito tempo que não digo mal do sócrates

Mas não pensem por isso que as asneiras dignas de serem aqui reportadas tem sido menos frequentes, eu é que não tenho tido tempo de escrever sobre elas. No tempo do Cavaco primeiro-ministro, havia o oásis. Sócrates, como bom discípulo, tem também o seu país inventado: aqui não há recessão, "continuamos a resistir". Os que não concordam com esta visão estão a ser manipulados, instrumentalizados, ou então são os chatos dos comunistas que estão sempre com a mesma conversa! As manifestações, por maiores que sejam, não demovem o governo de seguir o seu caminho. A democracia termina no momento do voto: depois, meus amigos, o governo segue o mandato que lhe foi atribuído, quando convém, ou ignora-o, quando não dá jeito.

Wednesday, November 12, 2008

refugiados ambientais

Seja por causa do aquecimento global ou devido a alterações normais de um planeta em constante mudança, a verdade é que num futuro próximo há países que vão ficar imersos devido à subida do nível médio da água do mar. Longe das talvez inconsequentes e polémicas discussões científicas, a realidade impõe-se: países como as Maldivas vão desaparecer e já criaram um fundo para a compra de terras em solo estrangeiro para realojar os seus habitantes. Já há muito tempo que não ficava surpreendida ao ler uma notícia no jornal, achei isto verdadeiramente extraordinário.

Tuesday, November 11, 2008

pensamentos inutéis e mais ou menos inconsequentes matinais

Hoje acordei a pensar: isto do doutoramento só se faz uma vez na vida, por isso o melhor é aproveitar! E assim comecei mais um dia de trabalho de laboratório, produtivo, a fingir que sou optimista.

Monday, November 10, 2008

da maratona de concertos

Cinco concertos numa semana e meia. Para a "história" ficam dois: um extraordinarimente bom, o dos Lambchop. Outro, o dos Okkervil River, agrupado na gaveta dos "tipos porreiros que fazem música boa e descontraída". E pequenas memórias, como os olhos pequeninos escondidos atrás dos óculos do vocalista dos Okkervil; o Oran Mor passou a ser o meu bar preferido de Glasgow para ouvir música; as overdoses de música, mesmo quando é boa, não é lá grande ideia.

Wednesday, November 5, 2008

michael crichton

Michael Crichton morreu hoje. Guardo boas recordações dos livros que dele li e saudades do tempo que iria passar a ler os que não chegou a escrever. Tenho a certeza que muitas aventuras ficaram por contar.

a mudança

Ouvi em directo o discurso de vitória do Obama e não posso mentir ao dizer que não fiquei emocionada com a ideia que estamos perante um momento histórico - o primeiro presidente negro da história dos EUA e um recorde de participação nunca visto deste 1908. Parece que houve pessoas que esperaram quatro horas para votar. Não querendo pôr-me no lugar daqueles que decidiram votar em Obama, penso que num mundo em que escolhemos entre candidatos que diferem muitas vezes mais no penteado do que na acção e pensamento político, Obama foi, de certa maneira, uma lufada de ar fresco. Tal qual um messias, ele é a personificação da mudança. Porque a verdade é que as pessoas sentem que a vida e o mundo não podem continuar como estão: o desejo de mudança é real, disso não tenho dúvidas. A seu tempo veremos o que significa o Yes we can e se a sua acção política irá responder aos desejos do povo americano. Nesta questão a minha resposta continua a ser tão cínica como antes: de Obama espero mais brisas do que ventos de mudança. Mas o que para mim é certo é que nada poderá ser pior que a anterior administração. Ontem pôs-se um fim a oito anos de republicanos no poder. Não teremos mais Bush e os seus lacaios e sucedâneos a pôr e dispôr dos destinos do mundo, e isso é um grande alívio.

chuva de emails pela revisão do estatuto do bolseiro

O objectivo principal neste momento é pressionar a tutela a assumir o seu compromisso de rever o Estatuto de Bolseiro nesta legislatura, e propomos que os contactos seja dirigidos prioritariamente para o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES), em particular o Secretário de Estado (SE) com quem a ABIC e o Painel Consultivo têm vindo a dialogar sobre este assunto.Porém, os emails podem ser enviados para toda a lista endereços que se segue:

Email geral do MCTES mctes@mctes.gov.pt
Ministro Mariano Gago mariano.gago@mctes.gov.pt
Gabinete do SE da CT gabinete@mctes.gov.pt
SE Manuel Heitor mheitor@mctes.gov.pt
Presidente da FCT joao.sentieiro@fct.mctes.pt

Geral da ABIC geral@abic-online.org (Pedimos que enviem, em CC ou CCo, o vosso email para a ABIC para podermos contabilizar os mails enviados)

Sujeito do email: (sugerimos que cada bolseiro improvise o seu sujeito/assunto para evitarmos a construção de um filtro por parte dos destinatários.

Proposta de Texto:

Ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior

À Fundação para a Ciência e Tecnologia


Caros Srs/Sras

Venho por este meio comunicar a minha opinião de que é necessário rever o Estatuto do Bolseiro de Investigação (EBI) nesta legislatura, e exprimir a minha frustração face à falta de progresso neste processo.

O actual Estatuto tem permitido um flagrante abuso da figura de bolseiro, incluindo a utilização das bolsas para garantir necessidades permanentes das instituições e para actividades não ligadas à formação dos bolseiros. Só um novo Estatuto que estabeleça claramente que as bolsas devem ser usadas unicamente para formação e ter um carácter temporário pode contribuir para um quadro legislativo que ponha fim a este tipo de abusos. Adicionalmente, um novo Estatuto deve consagrar alguns princípios necessários para melhorar e valorizar a actividade dos bolseiros, incluindo a instituição de um princípio de actualização regular dos montantes das bolsas, o usufruto de um regime pleno de Segurança Social e outras propostas da Associação dos Bolseiros de Investigação Científica (ABIC) e do Painel Consultivo (PC).

A tutela deve clarificar a sua posição face à revisão do EBI, em que aspectos está disposta a revê-lo, e calendarizar o processo de revisão nesta legislatura, em diálogo com a ABIC e o PC, e em articulação com as revisões em curso do Estatuto da Carreira Docente Universitário, Estatuto do Pessoal Docente do Ensino Superior Politécnico, e Estatuto da Carreira de Investigação Científica.

Agradecendo a sua atenção

Tuesday, November 4, 2008

micah p. hinson, um senhor nada simpático que canta bem

Cantou e foi-se embora. Pelo meio olhou três vezes para o relógio e disse estar farto da Europa e com saudades dos cães. E, mais importante ainda, queixou-se da pessoa que lhe tirou fotografias antes do espectáculo começar. Essa pessoa (pessoas) fui eu e a Carla - o que nos valeu é que ele não apontou para nós, senão a vergonha ainda tinha sido maior. A música dele é boa, não há dúvida, mas isso só não chega para tornar um concerto especial.


beneath the rose from joana carvalho on Vimeo.


close your eyes from joana carvalho on Vimeo.


caught in between from joana carvalho on Vimeo.


Untitled from joana carvalho on Vimeo.


Untitled from joana carvalho on Vimeo.

a festa (surpresa!)





festa surpresa from joana carvalho on Vimeo.

Monday, November 3, 2008

lambchop I


Untitled from joana carvalho on Vimeo.

callander






dia d

Não é que deposite grandes esperanças de mudança no Obama, mas se o McCain ganhar só me resta uma solução: mudar de planeta (dizem que em Marte há água!).

fim de semana de emoções fortes

Concerto dos Lambchop na sexta, a visita e companhia da Carla por três dias, uma festa de anos surpresa no sábado com balões e bolo a rigor (recebi um nano ipod vermelho, é lindo!), passeio por Glasgow, Edimburgo e Callander, concerto do Micah P. Hinson no domingo. Fica apenas o resumo, o resto contarei depois.

Callander


Edimburgo

ok, são mesmo trinta

Mesmo que eu me tivesse esquecido do meu dia de anos, os meus colegas do laboratório não me teriam deixado esquecer. As provas do "crime" estavam por todo o lado!

Wednesday, October 29, 2008

se uma cor é boa ideia, duas ainda é melhor

É oficial: este Natal é verde e preto.

Saturday, October 25, 2008

há molhas que valem a pena



Pictures at an Exhibition (Mussorgsky/Stokowski)

(...)

Gosto muito de as fotografar. Agora trago-as para casa. No Outono de mais uma tarde de chuva, é Primavera.

Friday, October 17, 2008

mesmo o que eu precisava

estou um bocado aparvalhada

Perdi as contas ao número de versões diferentes do artigo que ando a escrever, já lá vai quase um mês, e das horas que passei a discutir os resultados com os meus orientadores. O que no início foi estimulante e um desafio, agora é uma agonia, porque perdi discernimento e espírito crítico. Sinto a minha cabeça em água, em papa, incapaz de somar dois mais dois. Hoje tenho o coração pequenino.

Sunday, October 12, 2008

humpty dumpty

"Neutro é aquele que já se decidiu pelo mais forte".

Max Weber

rafael

" Trago em mim esse amor do que é diferente, não sei se no mundo houve outro assim."

Manuel Alegre

venenos de deus, remédios do diabo

"- Todos elogiam o sonho, que é o compensar da vida. Mas é ao contrário, doutor. A gente precisa do viver para descansar dos sonhos."
Fala de Bartolomeu Sozinho, personagem de
Venenos de Deus, Remédios do Diabo, Mia Couto

Friday, October 10, 2008

o virús da gripe anda por aqui

Eu não posso ficar doente, não tenho tempo para isso.

Thursday, October 9, 2008

a king and a queen

ginasticar, é bom ginasticar?

Inscrevi-me no ginásio. Apercebi-me rapidamente de que estou em muito má forma (houve algum dia em que foi diferente?) e das razões de chamarem a aula a que fui de ginástica localizada: é porque a dor que se sente, um ou dois dias depois, como foi o caso, localiza-se em vários pontos do corpo, em muitos, demasiados. O que era excelente é que existisse uma aula em que fosse tida em conta a minha perspectiva sobre o que é um bom exercício físico: lento e que, de preferência , não me deixe muito cansada.

aqui também há azelhice

Monday, October 6, 2008

a voz

A voz que tudo envolve. Ao lado dela estavam mais onze músicos, todos eles culpados da magia que acontece quando estão juntos. Sim, os violinos também estavam lá. Tão belos. E novamente a voz, que arrepia. Como impressiona também a improbabilidade que sons assim tão belos tenham sido alguma vez criados.


Wednesday, October 1, 2008

já venho luz a fim do túnel

A confusão instalou-se no meu cérebro nos últimos dias, na urgência e fúria de terminar o meu já épico artigo. Ler muitos artigos, meus amigos, especialmente se defenderem coisas diferentes, não é bom, mas pior é ler no mesmo artigo afirmações aparentemente contraditórias. Entre a estupidez de se ser ignorante e a tranquilidade da sabedoria há um longo e árduo caminho a vencer.

Monday, September 29, 2008

agora nacionalizar é bom

E eu que pensava que as nacionalizações faziam parte do plano hediondo comunista que iria arrastar o mundo para a desgraça e miséria. Estupidez a minha, afinal as nacionalizações são uma coisa boa, se até os Estados Unidos andam a nacionalizar... Não me parece é que os objectivos sejam os mesmos, não acham?

Saturday, September 27, 2008

foi um descanso bom

Gosto muito daquela sala, de ver os músicos a prepararem-se, da atmosfera de antecipação do concerto, do maestro, dos violinos. Acho graça aos tipos dos tambores ou dos sininhos, que só têm oportunidade de tocar de quando em vez. E invariavelmente lembro-me daquele filme chamado O Gosto dos outros, em que só no final percebemos que o homem que toca flauta, sozinho, é afinal parte de um conjunto que faz sentido. Não conheço muitos compositores, e exactamente por isso gosto de me predispôr a aprender e ouvir coisas novas, num registo bem diferente do que ouço diariamente. E enquanto ouço aquelas músicas, delicadas, imagino uma floresta de seres imaginários, borboletas, flores e uma doce brisa.

Wednesday, September 24, 2008

lambchop, ohio

Vale a pena ouvir, é muito bonito (thanks, prima!). É bom saber que dos Lambchop podemos continuar a esperar muito - eles continuam a fazer boa música, como sempre.

para que não haja confusões

Sim, há cabeleireiros em Glasgow. Há, que eu já vi, ninguém me contou.

Tuesday, September 23, 2008

a incluir nos agradecimentos finais da tese

Ben&Jerry's, pela injecção de felicidade, motivação e força que só meio litro de chocolate é capaz de dar.

e eis que começa a nova época

Sunday, September 21, 2008

Saturday, September 20, 2008

o novo eixo do mal

McCain promete trabalhar em conjunto com todos os países que partilham os mesmos "princípios de filosofia de direitos humanos, democracia e liberdade" e adoptar uma política de confronto com todos os outros. Espera-nos, novamente, um mundo a preto e branco, dividido segundo a arrogância e conveniência dos interesses dos EUA. Pelos vistos, desde que Zapatero determinou a retirada das tropas espanholas do Iraque, Espanha passou a estar na lista dos inimigos da América. É verdade, senhor candidato, Espanha fica na Europa, não na América Latina.

Thursday, September 18, 2008

abstenção construtiva

Belo conceito. O PSD no essencial concorda com a proposta do PS relativamente ao Código do Trabalho (até talvez quisesse que o governo fosse ainda mais longe nos seus ataques aos direitos consagrados), mas como tem que fingir que é oposição de maneira a manter viva a esperança de ganhar as próximas eleições, inventou este conceito maravilhoso de "abstenção construtiva". Podia até ser abstenção porque hoje é sexta-feira. Seria cómico se não fosse triste.


outono na escócia

Dura mais ou menos, deixa-me pensar... 9 meses! Sendo que o Verão dura no máximo uma semana (nos anos bons), e somando mais 3 meses de Inverno, de escuridão quase total, os sentimentos poéticos e romanceados do post anterior dão lugar a um ódio profundo a este tempo escocês. É difícil ver e apreciar as diferentes tonalidades das árvores quando se está a lutar contra o descalabro do enésimo guarda-chuva, ou quando se concentram as energias em chegar do ponto A ao ponto B o mais depressa possível de maneira a evitar 1) ser levada por uma rajada de vento gelado e ser levada rumo ao infinito; 2) ser congelada ainda viva.

Wednesday, September 17, 2008

outono

Há uma certa melancolia que me agrada quando chegam as primeiras chuvas, quando as folhas acordam subtilmente pintadas de vermelho, depois de tons de castanho até que, finalmente, caem e dão lugar a longos e esguios braços que se estendem ao céu e são embalados pelo vento. Este, embatendo nas janelas, faz-nos ir buscar uma mantinha para nos confortar, enquanto bebemos leite quente e começamos a adivinhar o sonhos que nos esperam.

cuba por todos, todos por cuba


Campanha de ajuda humanitária ao povo de Cuba

As Caraíbas, o México o sul dos EUA foram nas últimas semanas afectados por vários fenómenos naturais extremos que causaram centenas de vítimas mortais e avultados prejuízos materiais ainda difíceis de contabilizar.

Em Cuba, afectada no espaço de uma semana e meia por dois furacões e uma tempestade tropical, e onde o furacão Ike assumiu proporções de grande gravidade, apenas a notável eficiência dos planos de emergência cubanos para este tipo de situações evitou que os violentos fenómenos naturais causassem um drama humano de grandes proporções, existindo contudo 7 vítimas mortais a lamentar.

Mas a destruição provocada é enorme e sem precedentes: Estima-se que 350.000 casas tenham sido afectadas, 30.000 das quais com capacidade de reconstrução bastante limitada. Em algumas províncias esses números significam 80% do total das habitações. Importantes infra-estruturas, como estradas, rede eléctrica e armazéns de reservas estratégicas, foram severamente lesadas. Uma primeira estimativa dos prejuízos causados em Cuba pelos furacões aponta para cerca de 150 milhões de dólares de prejuízos. Particularmente afectadas pela devastação foram as culturas agrícolas, o que já obrigou o governo cubano a recorrer a todas as reservas alimentares para atenuar os efeitos imediatos da escassez de alimentos.

Cuba é sempre o primeiro país a disponibilizar e a prestar auxílio – alimentar, médico e técnico - a todos os povos e países vítimas de catástrofes naturais ou de outras calamidades. Foi o primeiro a oferecer ajuda aos EUA aquando das terríveis inundações provocadas pelo Katrina, apenas para referir um exemplo recente e da mesma natureza. Contudo, mesmo sendo vítima de uma catástrofe natural destas dimensões, Cuba permanece sujeita ao criminoso bloqueio económico imposto pelos EUA – o mais longo da história da humanidade.

À semelhança de muitos outros países e organizações por todo o mundo é tempo de os portugueses furarem o criminoso bloqueio a Cuba e se mobilizarem para enviar para o País que está sempre na primeira linha da solidariedade internacional a amizade, o apoio e a ajuda que o povo de Cuba agora necessita. Cuba está sempre por todos, é altura de todos estarmos por Cuba.

Assim, por iniciativa da Associação de Amizade Portugal-Cuba, a que se associam muitas outras organizações sindicais, do movimento da paz, de variados movimentos sociais e políticos, lança-se em Portugal uma Campanha de Solidariedade com Cuba "Cuba por Todos, Todos por Cuba", com o objectivo de fazer chegar ao povo cubano géneros alimentares de primeira necessidade (conservas, leite em pó, farinhas, massas e arroz, feijão) e recolher fundos para apoiar a reconstrução em Cuba.

Ao lançar esta campanha a Associação de Amizade Portugal-Cuba e as organizações subscritoras deste apelo apelam à participação de todas as organizações, entidades, públicas e privadas e cidadãos, nesta campanha para apoiar a reconstrução em Cuba.


Donativos podem ser depositados na seguinte conta NIB 003300000058016411697

Centros de Recolha:

Armazém Central de Recolha

Alameda D. Afonso Henriques nº 42 (junto à Fonte Luminosa)

Lisboa

(entrada de viaturas pela Rua do Garrido, lote 748, Lisboa)


Associação de Amizade Portugal-Cuba

Rua Rodrigo da Fonseca 107-r/c-Esq, Lisboa

1070-239 LISBOA

Telefone: 21 385 73 05

Conselho Português para a Paz e Cooperação

Rua Rodrigo da Fonseca, 56 – 2º

1250-193 Lisboa

Telefone: 21 386 33 75 / 21 386 35 75


A Voz do Operário

Rua Voz do Operário, 13

1100-620 LISBOA

Telefone: 21 886 21 55

Movimento Democrático das Mulheres

Avenida Almirante Reis 90,7º-A

1169-161 LISBOA

Telefone: 218 160 980


Junta de Freguesia de São Vicente de Fora

Campo Stª Clara 60

1100-471 LISBOA

Telefone: 21 885 42 60

Juventude Comunista Portuguesa

Av. António Serpa nº 26 – 2º esq

1050-027 Lisboa

Telefone: 21 793 09 73

Monday, September 15, 2008

desta vez são cogumelos


que catita é a minha casa na escoce II





paris de frança

O que eu mais gostei de Paris: as ruas, as varandas, os mercados, os cafés em cada esquina, o queijo, as pontes do Sena.

Sunday, September 14, 2008

a irrealidade e o maravilhoso em treze contos

"Então olhou para mim. Eu julgava que era a primeira vez que olhava para mim. Mas depois, quando deu a volta por detrás do castiçal de madeira e eu continuava a sentir sobre o ombro, nas minhas costas, o seu olhar fugidio e líquido, compreendi que era eu que olhava para ela pela primeira vez. Acendi um cigarro. Traguei o fumo áspero e forte antes de fazer girar a cadeira, equilibrando-a sobre uma das pernas de trás. Então vi-a ali, como tinha estado todas as noites, parada junto ao castiçal, olhando-me. Eu olhando para ela da cadeira, equilibrando-me numa das pernas de trás. Ela em pé, com uma mão comprida e quieta sobre o castiçal, olhando para mim. Via-lhe as pálpebras iluminadas, como todas as noites. Foi então que me lembrei do mesmo de sempre, quando lhe disse: "Olhos de cão azul". Ela disse-me, sem retirar a mão do castiçal: "Sim, nunca mais o esqueceremos". Saiu da luz, suspirando: "Olhos de cão azul". Escrevi isso por todo o lado."

Olhos de cão azul, Gabriel Garcia Márquez

a menos de 60 dias das eleições

Barak Obama disse que a América é melhor do que foi durante estes últimos oito anos. Certamente, nem que seja pelo facto de que imaginar um cenário pior do que foi a presidência Bush ser uma tarefa difícil: mal do mundo se tivermos mais quatro anos com McCain e os conservadores no poder.
Mas algumas afirmações que Obama tem feito vieram confimar ou reforçar, se assim o quiserem, o que disse há uns tempos atrás. O senhor, no seu périplo mundial, passou 45 minutos em Ramallah e 30 horas em Israel. Afirmou que Jerusalém era a Capital de Israel quando toda a gente envolvida nos inúmeros processos de paz aceita que Jerusalém terá que ser sempre uma cidade repartida. Mudanças na política externa dos EUA?
Obama defende uma diminuição do número de tropas no Iraque, mas não uma retirada completa (McCain, mais honesto, prevê a presença militar dos EUA nos próximos 50 a 100 anos!). E afirma que a nova opção estratégica é o Afeganistão, com o respectivo reforço militar.
Por isso pergunto: será que a América de Obama irá ser efectivamente melhor? Ou será simplesmente mais cor-de-rosa e cheia de discursos bonitos e despidos de conteúdo e mudança?

comer canapés como se não houvesse amanhã

A minha vida é um filme (europeu, claro): não há sítio no mundo onde vá em que não seja recebida pelo menos por uma greve (o ano passado em Roterdão foi uma mulher-bomba, caso estejam esquecidos). Desta vez foi uma quebra de electricidade que nos impediu de chegar rapidamente ao hotel. Atraso sobre atraso somado, a hora de almoço foi passada numa autoestrada de acesso a Paris. Lá chegadas, mais uma boa hora a tentar encontrar o Instituto Pasteur a tempo do registo no congresso. Se eu me consigo perder em Lisboa, a caminho de casa, melhor o faço nas ruas de Paris esganada de fome e com o meu francês limitadíssimo. A hora do lanche, infelizmente e para meu desespero, foi a outra vítima mortal do dia. Duas palestras depois bem podiam ter anunciado a descoberta da vacina contra a malária. Mal a conferência terminou corri para a mesa dos aperitivos e comi à velocidade que o bom senso e a etiqueta permitem mais de vinte capapés e mini-sandes (ou 50, não sei, estava a tentar não desmaiar de fome). Credo. Ou melhor, Nossa Senhora me valha, que o Papa também andava por Paris.

Tuesday, September 9, 2008

pequenas notas em jeito de actualização

O meu computador quase morreu há uma semana... aparentemente apareceu-me o blue screen of death. Nada com este nome pode anunciar nada de bom! As lágrimas vieram-me aos olhos, mas o pobre resiste e há-de viver por muitos e bons anos.
Quem já não está entre nós é um dos peixes que comprámos para o gabinete. A culpa será nossa, certamente, e a estratégia de criar um ambiente que desafia os limites biológicos das espécies pode não ter sido a melhor ideia. Menos comida e água menos verde é a promessa a manter.
Desisti parcialmente dos almoços na tea room do departamento. Tenho ido almoçar com amigos portugueses que trabalham na Escola de Veterinária, a Cintia e o André. Tenho que confessar que já não aguento muito mais os almoços que mais parecem velórios e em que toda a gente prefere fazer palavras cruzadas e ler livros entre garfadas. Eu respeito muito estas diferenças culturais, mas eu sou portuguesa. Preciso de falar ao almoço, especialmente se me puder queixar da vida e dizer disparates.
A casa nova continua a ser uma novidade boa, especialmente o facto de estar tão perto do laboratório, ter internet e uma cama grande e confortável. A companhia da Amy também é agradável, excepto quando ela quer ver uma coisa na televisão e eu outra. Concessões e uma boa dose de bom feitio, receita perfeita para não querer matar a colega de casa.
De resto... muita gente nova tem entrado na minha vida. Novos amigos, olhares diferentes sobre a vida que é a mesma.
E amanhã vou para Paris, assistir a uma conferência. Regresso no domingo, por isso au revoir!!!

glasgow capital da música

Recentemente Glasgow foi considerada pela Unesco como centro mundial da música, justo merecimento pelo número espantoso de concertos oferecidos diariamente na cidade, bem como pela qualidade dessa mesma oferta. Aqui o difícil é escolher o que ir ver. À difícil pergunta do estilo "gostas mais do pai ou da mãe", decidi-me por quatro: Tindersticks, Lambchop, Micah P. Hinson e Sigur Rós.

Monday, September 1, 2008

casa que sabe a casa

Hoje acordei na minha cama nova, que bem que soube. E o sol estava a espreitar lá fora - foi um bom despertar.

posso até estar a ficar tontinha

Este filme estará certamente na categoria "pessegada". Mas gostei, muito. E ri. Longe vão os anos adolescentes em que eu dizia mal dos ABBA.

Thursday, August 28, 2008

naughty but nice

Parece que há para aí uma cadeia de restaurantes com comida portuguesa. Diziam. Fomos ver se era verdade: fomos ao Nando's. Os sinais estavam lá, nos guardanapos, na entrada e na ementa... eis que vimos o nosso galo de Barcelos.


Os convivas reuniram-se para um franguinho no churrasco, temperado, diziam, com piri-piri. Tínhamos também as naughty natas (os nossos pastéis de nata, naughty but nice, segundo estava explicado no menu) e as coconut tarts (os nossos bolinhos de coco). O entusiasmo era mais que evidente.


Tudo estava remotamente ligado com Portugal. Tudo menos a gente sentada à mesa. E posso dizer-vos que o frango estava bem bom, mas as gargalhadas foram ainda melhores.

Wednesday, August 27, 2008

gosto tanto de pôr e tirar óculos de sol e nunca sei bem onde está a câmara, mas não interessa porque tenho um ar cool


CSI Miami, a série que ajuda a enterrar no mais profundo recanto do cérebro todas ou quaisquer preocupações, desde que se consiga suportar as poses e frases idiotas que o Horace tão generosamente nos oferece, episódio a episódio.