Tuesday, November 30, 2010

nas lutas antigas desenham-se as futuras

Made in Dagenham, uma excelente produção britânica sobre a luta das mulheres da Ford: " trabalho igual, salário igual".

canções emprestadas

o jogo do tabú

Quem conversar comigo corre o risco de ter que me ajudar a acabar frases e racíocínios. Estava no outro dia a falar sobre a Bélgica - penso que até foi a propósito da dívida pública deste país (sabes, os belgamitas, têm uma dívida externa equivalente à nossa, mas ninguém fala neles). Não me consegui lembrar do nome do filme, nem tão pouco do Woody Allen para contextualizar a referência cinematográfica. Já foi casado com a Mia Farrow, trocou-a pela filha adoptiva, realiza comédias, tem para aí 70 anos?? Valha-me o facto do Google aceitar frases quase nonsense.

Monday, November 29, 2010

também não ajudou

A procura de casa foi desastrosa. Antros, autênticos pardieiros, e caríssimos. O saudoso apartamento do Vicente, ao pé das coisas que vi, é um hotel de 5 estrelas. Acabei por encontrar refúgio na casa da Eliana, que já não via há mais de 10 anos. Fomos colegas de curso e nunca fomos muito chegadas, mas a vida encontrou-nos às duas aqui, tão longe do que éramos quando tínhamos 18 anos. Lisboa, nessa altura, parecia-me ser uma cidade tão grande e assustadora. Que pensaria eu se soubesse que, uns anos mais tarde, estaria a viver ainda mais longe?

cambridge ainda não me convenceu

Penso que uma barreira ideológica me impede de gostar desta cidade. Cambridge é uma cidade bonita, não me percebam mal, mas não é real. Diria que 90% da população está aqui de passagem, inclui maioritariamente estudantes, que passam a vida a desfilar pela cidade no último grito da moda. Faltam aqui pessoas despenteadas, que riam com vontade, às gargalhadas, simples, e que não sejam tão politicamente (e insuportavelmente) correctas. Falta aqui o bebâdo de Glasgow.

barroco tropical

"O amor é um cão velho e tinhoso, porém obstinado, que nunca desiste. Abandonamo-lo no mato, para morrer de fome e de sede, para morrer de frio, porque queremos que morra, e dias depois ele está de regresso a casa, a abanar a cauda. Enxotamo-lo à pedrada, mas volta sempre."

in Barroco Tropical, José Eduardo Agualusa

leitura compulsiva

Tinha saudades de ler, muitas. E tinha ainda mais saudades daquela inquietação que não me deixa pousar um livro, que me faz sentir pena das horas que desperdiço a dormir (e o que eu gosto de dormir, especialmente no Inverno em que fico mergulhada em cobertores quentinhos!).
Li um par de livros desde que regressei a Cambridge (Alta Fidelidade, Nick Hornby; Barroco Tropical, Agualusa), mas Lolita é o livro me tem deixado particularmente inquieta. Não precisei de ler muito para perceber - aqui está um livro que vai ficar comigo para sempre.

pedem-me para escrever

Não sei bem porque deixei de escrever, mas talvez a razão primeira que me tem afastado daqui seja o facto de que tenho demorado a organizar-me. Tem sido um processo lento este de inventar uma nova maneira de estar, nesta vida nova que entretanto começou.