Tuesday, March 15, 2011

Saturday, March 12, 2011

é difícil perder os nossos heróis da infância

Quando eu era pequenina - assim começa uma das mais belas músicas de Zeca Afonso. Quando eu era pequenina, o meu pai comprava-me muitos livros. Os meus preferidos eram os da colecção Uma aventura. Devorava-os. Para me ensinar a apreciar a leitura, o meu pai dava-me os livros um a um - se acabasse de ler um depressa demais, teria que esperar pelo próximo e só o recebia depois de ele ter decidido que já me tinha feito esperar o tempo suficiente para eu aprender essa lição. Não resultou, há que dizê-lo, continuo, ainda hoje, a ler depressa e sofro quando não posso estar perto de um livro que quero mesmo ler.
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Por isso gostava muito da Ana Maria Magalhães e da Isabel Alçada - foram elas que criaram os amigos de aventuras da minha infância. E, assim, ainda me custa mais a compreender a acção política e a postura da Ministra da Educação. Onde está Professora que gostava da Escola e de ensinar? Onde está a escritora, a pessoa que me ensinou a gostar de ler?

Wednesday, March 9, 2011

à espera da encomenda da amazon

A lista de compras inclui um livro do Philip Roth (The plot against America) e outro do Cormac McCarthy (Border Trilogy: All the Pretty Horses, the Crossing, Cities of the Plain). Não tenho a certeza se este último foi uma escolha sensata, uma vez que é do mesmo senhor que escreveu "No Country for Old Men" e "The road" - não se pode dizer que sejam livros alegres. Mas enfim, parece que a triologia merece um olhar atento.
Com as 10 libras que recebi de brinde de uma empresa que nos fornece os anticorpos (vendo-me tão facilmente, graças a Deus) posso comprar mais dois livrinhos - a remessa que veio comigo no Natal já está a acabar.

um livro delicioso

Especialmente para quem viveu em Glasgow e assim pode reviver as ruas e o ambiente daquela cidade. Para quem não nunca andou por ali, aqui está uma bela oportunidade de ler um livro bem escrito, com humor, cheio de ternura e salpicado com um pouco de mistério.
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"I don't know', I confessed. 'There's no body... Well, there is Aunt Fiona's, but that's neither here or there. But Rory's still missing, in teory. I suppose I could go to the boys in blue with what I've got, but Jeez, can you imagine? Right, sonny, so you think this wee story that ye've read means yer uncle wiz kilt... Ah see. Would you mind just putting on this nice white jaikit? Aye, the sleeves are a wee bit on the long side, but you won't be needing yer hands much in this braw wee room we've got for you with very soft wallpaper"
in The Crow Road, Iain Banks

Thursday, March 3, 2011

confirmei algumas suspeitas, mas fundamentalmente aprendi muito

O filme começa na Islândia e voa até aos Estados Unidos para encontrar a raiz da actual crise financeira. Não sei o que me irritou mais: se a corrupção, o compadrio ou a ganância do grande capital; se o fechar dos olhos da comunicação social ou a impunidade desta malta. Estamos entregues aos bichos.

ao menos desta vez não comprei o bilhete

"You may have received a communication from us alerting you of Andrew Bird tour dates. Unfortunately this information is incorrect. The information you received was for the stand-up comedian Andrew Bird - not the Chicago-based multi-instrumentalist and lyricist."

Wednesday, March 2, 2011

berlim em fotos

Columbia Halle, Vista de Berlim (fotografia tirada do topo da antena de rádio) Curry wurst, uma instituição berlinense (no fundo é uma salsicha com caril e muito ketchup - come-se...) No bar 101 cervejas... Por entre as árvores vê-se a Câmara Municipal de Berlim,
A Catedral,
Em memória dos livros queimados pelo Nazi-Fascismo,
Reichstag ao longe,
Vista de Berlim (fotografia tirada do topo do Reichstag)
Pormenor da cúpula do Reichstag,

Tuesday, March 1, 2011

columbia halle, berlim, 25 de fevereiro

Vi-os aparecer por entre as nesgas dos alemães que estavam à minha frente. Do you think/ you can put in on a safe behind a painting/ lock it up and leave? Logo depois ouviram-se as primeiras batidas - não houve muito tempo para respirar - são as notas que repetem o abismo. Don't want to be anyone's ghost/ but I don't want anybody else.
São as letras, claro - as letras são bestiais. O que dizer de versos como os de Baby we'll be fine, a música que tocaram a seguir naquela noite improvável de Berlim? Just say something perfect, something I can steal. Poesia. Depois foi a vez de Blood Buzz Ohio, uma das músicas do novo albúm que acho que é uma das mais queridas desta malta que anda em tour com os The National. Ouve-se um burburinho que os acompanha nos versos I was carried to Ohio in a swarm of bees/ I´ll never marry/ but Ohio don't remember me. Estamos todos contentes. E ainda mais ficámos quando regressámos ao velhinho e gasto Boxer. Uma das minhas preferidas, Slow Show, I wanna hurry home to you/ put on a dumb slow show for you/ crack you up, que cantarolo baixinho. Seguiu-se a furiosa Squalor Victoria, antes de regressarmos ao High Violet: Afraid of Everyone, Conversation 16 e Lemon World. All The Wine e Lit up foram tocadas antes da melancólica Sorrow - parece que se fizessem um vídeo para esta música seria com um homem sentado a chorar. Eles são assim, terrivelmente melancólicos, absolutamente belos.
Depois saltámos do quase optimista (não sei se disfarçado ou não) Apartment Story (so worry not/ all things are well/ we’ll be alright/ we have our looks and perfume) aos desesperados versos de Abel (my mind is not right/ my mind is not right). Seguiram-se as músicas mais lindinhas. É inevitável não sonhar ao ouvir os sininhos de Wasp Nest, não suspirar ao cantar os versos de England, não ganhar força e coragem com Fake Empire. Que esta noite não acabe, que esta noite não acabe. You were a kindness, Mr. November, Terrible Love, Vanderlyle Crybaby Geeks. Que esta noite não acabe, que esta noite não acabe.