Pelas minhas contas ajudei a destruir uma área da Amazónia equivalente a um campo de futebol. A impressora do meu gabinete não pára. A minha base de dados cresceu 150 artigos esta semana. Coragem, determinação e outras lentes para os óculos, é tudo o que preciso (sim, é uma certeza científica que vou ficar ainda mais pitosga).
Friday, January 30, 2009
há dias bons
Hoje a Patrícia entregou a tese de Doutoramento. Em breve será a vez da Inês. Fizémos o curso juntas, já nos zangámos e fizémos as pazes muitas vezes - são assim as amigas que crescem juntas. Boas recordações dos dias que passámos em casa dela, a fazer mais e mais um trabalho, rodeadas daquela família maravilhosa. E a certeza profunda que sempre a terei por perto.
Hoje termina o percurso académico da Patrícia enquanto estudante (bem, ainda falta a defesa, mas essa vai ser canja!). Hoje deveria ser, se justiça houver e se premiados forem aqueles que são competentes e determinados, o princípio de uma promissora carreira científica.
Parabéns!
(da tua amiga feliz e um bocadinho invejosa por seres já quase doutora)
Thursday, January 29, 2009
ainda não foi desta
Segunda tentativa para ver Che, segunda tentativa falhada. Desta vez cheguei a horas, mas os bilhetes estavam esgotados e acabei por ver a história do activista Harvey Milk. Muito bom, mas não era para aí que estava virada. Amanhã, se não estiver muito cansada, tento de novo. Assim como assim, já tenho os diários do senhor na cabeceira da cama.
Tuesday, January 27, 2009
Sunday, January 25, 2009
o jogo do anjo
Passado numa Barcelona ainda mais negra e misteriosa do que aquela que acolheu a Sombra do Vento, o Jogo do Anjo é um daqueles livros que quase não me deixa dormir tal não é a ansiedade de conhecer o final.
girly nights
No outro dia fomos ao Rock the Boat, concerto com bandas escocesas organizado pela Roz (amiga, estudante de doutoramento e part-time produtora da editora Mr. Tramp, que gere quatro gloriosas bandas locais). Os preparativos demoraram a tarde toda, entre risos, maquilhagem, penteados e escolha da roupa adequada à ocasião - quando chegámos ao concerto já tínhamos feito a festa toda.
Friday, January 23, 2009
claro que sim, eu sou alemã!
Esta semana chegou ao nosso laboratório uma nova colega, alemã, chamada Denise. Já cá jantou em casa, é simpática e fala muito, apesar do inglês ainda enferrujado. Compreendemo-nos logo: o pão que se vende por aqui não presta e os almoços na sala do departamento são tão animados como um velório. Hoje tentámos, sem sucesso, ir ver um filme. A caminho do cinema disse-me que eu não parava nos sinais vermelhos, ao que eu respondi que dependia, se não viesse nenhum carro, sim, atravessava a estrada. Então perguntei-lhe, rindo-me, já a adivinhar a resposta, e tu, Denise, páras sempre?
não gosto nada de despedidas
Depressa aprendemos que nesta vida de contratos de três anos, aqui e ali, ganhamos e perdemos amigos. Na próxima segunda vou despedir-me de uma das melhores amigas que aqui fiz. Rapariga com um coração grande, não dada a estardalhaços ou exagerados e fáceis sorrisos. Uma amiga com quem aprendi muito, especialmente uma forma diferente de ver a vida.
mariza
O primeiro concerto 2009 em Glasgow foi em português, uma noite de fado com Mariza. Portugueses eram poucos, a comprovar a universalidade da música e a hospitalidade escocesa à música do mundo no Festival Celtic Connections. Não estava à espera de muito, pois não sou grande admiradora de Fado, a não ser que falemos de Carlos do Carmo. Mas ultimamente tenho estado mais atenta, ao Camané e a outros talentos que por aí andam e que merecem a minha atenção. E quando ando de carro com o meu pai, lá vamos a ouvir e a cantar os Búzios e gosto, gosto até muito de ouvir aquela música.
A primeira banda cantou em gaélico e o pouco inglês confundiu-me e pôs-me de novo os pés assentes na terra. Lá por estar há quase dois anos em Glasgow não quer dizer que seja diplomada nos outros sotaques que por essa Escócia a fora se encontram. Quanto à Mariza, bem, ela é uma matraca, nunca estive num concerto em que o cantor falasse tanto. E aquela parte em que ela cantou "You are so beautiful to me" enquanto apertava a mão à boa gente que se sentou na primeira fila, enfim, dispensava-se. Mas contas feitas, gostei do concerto.
ando a escrever outras coisas
Com a alegria contida de já estar a ver a meta final, tenho acordado com a determinação metódica de um talentoso afinador de pianos - nota a nota, tecla a tecla, assim se escreve uma tese.
Sunday, January 4, 2009
não há adjectivos suficientes
Infame, vil, abjecto, condenável, desprezível, cruel, perverso. Mais adjectivos terão que ser criados para condenar Israel. Parece que o caminho possível é o ódio, porque nada muda. Nada. Queria gritar e fazer-me ouvir neste mundo de surdos. Do pouco que posso fazer ou influenciar, fiz o que pude: desliguei a televisão, calei a voz dos cúmplices deste massacre. E escrevo estas linhas inúteis, tão longe da raiva e dor que sinto.
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