saramago, uma vez mais

Esta semana senti novamente uma grande vergonha do país que somos e do governo que nos governa (ainda não tinha adoptado a minha nova postura perante a vida, a do sorriso nos lábios), quando vi uma reportagem sobre a exposição recentemente inaugurada em Lanzarote sobre a vida e obra de Saramago. Enquanto que Espanha esteve representada ao mais alto nível, com a presença do Ministro da Cultura (que teceu palavras de amizade e admiração pelo escritor), do governo português nem sombras, tendo-se feito representar apenas pelo Embaixador. Se os portugueses quiserem ver a exposição, terão que deslocar-se a Lanzarote ou a Madrid, a Nova Iorque ou a Paris. De Lisboa não houve ainda qualquer desejo ou intenção de receber a exposição. Eu senti-me insultada e revoltada, porque é uma vergonha tratar assim um escritor, por acaso português, por acaso Nobel da Literatura, e que é lido pelo mundo fora, em tantos e tantos países. E é triste vê-lo mais feliz em Espanha do que aqui, mas compreendo-o.