O dia de ontem vai fazer parte da colecção de histórias cómico-trágicas da minha vida. Dia de recolher sangue dos ratinhos, que teimavam em não colaborar. Fui mordida por um, mordidela bem merecida pelo que eu faço passar aos pobres coitados - neste ponto pensei que o dia não podia correr pior. (Nota mental: nunca mais dizer isto)
Eis que o Mike (técnico da unidade onde os animais são mantidos) aparece no laboratório e diz-me "Get ready for a Home Office Inspection". Bem podia ter dito, Prepara-te, vem aí o pelotão de fuzilamento...
O que é o Home Office? É a agência governamental que, no RU, é responsável pela fiscalização das unidades de investigação que trabalham com animais de laboratório. Entre outras coisas, fiscalizam a execução das técnicas de manuseamento e podem retirar, caso se incorra em algum erro, a licença para manipular os animais.
Eu bem tentei não entrar em pânico. Mas estava sozinha (a Barbara esteve comigo o dia todo, menos naquela altura), os ratos estavam com pequenas nódoas negras nas caudas - coisas normais que acontecem, mas eu sabia lá se isso seria suficiente para me retirarem a licença! Os potenciais erros somavam-se na minha cabeça! Só me apetecia gritar, "Sim, sim, eu sou uma assassina implacável de pequenos roedores".
Parecia que estava num exame: a inspectora pediu-me para lhe mostrar a técnica. Excelente. Estava tão precupada em fazer tudo bem que, na primeira tentativa, não cortei a cauda do bicho (só se pode cortar 2 mm!!!). Depois lá cortei, mas o animal tinha sangue? Não. Consegui tirar, quê, 20 ul de sangue? Tudo o que podia ter corrido mal, correu, só faltava o pobre ter morrido nas minhas mãos.
Mas enfim... a inspectora saiu convencida que eu não era uma assassina de animais... e eu só consegui acalmar o meu ritmo cardíaco bem à noitinha. Livra, que esta gente é doida.
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