Era uma vez uma empresa. Esta história é igual a muitas outras, mas com uma nuance: esta história é, agora, também minha. Nos últimos meses, desde que nos foi comunicada a decisão de encerrar a unidade de investigação onde trabalho, tive que me despedir de colegas com quem partilhei o dia-a-dia durante dois anos. Tive que abandonar projectos em que investi esforço e esperança.
A carta a comunicar a extinção dos nossos postos de trabalho tinha o logotipo "Investir nas pessoas" - irónica deturpação de conceitos. Empresas compram outras, decidem fechar unidades, levar a tecnologia para outras paragens. Reduzem custos e despedem trabalhadores. Tudo é feito com uma precisão cirúrgica, porque é fácil, tão dolorosamente fácil, eliminar pessoas. É como que se nunca tivéssemos existido.
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