A minha semana aproximou-se perigosamente do desastre completo quando fui medir a absorvância do DNA que andei a produzir e pensei, por muitos e dolorosos minutos, que tinha purificado água pura e cristalina. Para os pobres mortais que têm a sorte de não trabalhar com coisas invisíveis, digo-vos que este processo demora eternidades e dói no profundo da alma quando alguma coisa corre mal - são horas, dias, para o lixo. E o orgulho também. Se um processo estabelecido corre mal, que acontecerá com o resto? É a fundação da confiança do nosso trabalho que fica posta em causa, se é que me consigo explicar.
Afinal tratou-se de um erro estúpido: estava a pôr a cuvete no espectofotometro mal, o feixe de luz não tinha por onde passar, o que conduzia invariavelmente a um resultado negativo - vezes e vezes sem conta. Farta de praguejar contra a minha má sorte, tanto em inglês como em português, vi o erro que estava a fazer e perguntei a mim mesmo se vou longe neste doutoramento com este cérebro de galinha.
O que é certo é que de ataque em ataque de pânico já se passaram quase duas semanas desde que cheguei. Sobreviverei a isto tudo? Pois claro. Sem dúvidas.
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