Quando decidi fazer o mestrado (e depois o doutoramento) em vacinas de DNA contra a Doença do Sono não sabia muito bem no que me estava a meter. A Doença do sono é uma doença que ninguém estuda porque comercialmente não é lucrativo tratar umas centenas de milhares de pessoas que vivem nos confins de África, nas zonas mais pobres do continente, a morrer longe, tão longe, que é fácil fechar os olhos. Só existem 4 medicamentos disponíveis, com efeitos secundários inaceitáveis para os padrões ocidentais, mas que ainda assim só continuam a ser produzidos porque a OMS subsidia a sua produção. Foi a ideia romântica de ajudar a resolver um problema que interessa a poucos que me entusiasmou, mas também o facto de se usar DNA para produzir uma vacina e a "inteligência" e capacidade do parasita em escapar às defesas do sistema imunológico.
Do sonho rapidamente se chega à crua realidade e nestes últimos dois anos e meio andei literalmente a coleccionar maus resultados e a ver este doutoramento como uma missão impossível.
Mas há esperança, tive pela primeira vez resultados promissores e finalmente um vislumbre de uma possível vacina! Fiquei histérica, literalmente aos pulinhos, e a beliscar-me para ver se era verdade... estou tão habituada a só ter maus resultados que ainda tudo me parece mentira.
1 comment:
Depois de ter estado uma data de tempo sem vir ler o teu blog, achei que era uma boa forma de começar o dia :)
Parabéns pelos bons resultados. Eu já não acredito muito em resultados "milagrosos" mas acho que aos poucos se pode ir contruindo um bom resultado. Espero que possas vir a confirmar esse resultado que te deixou satisfeita, e ia ficar muito contente se conseguisses descobrir mesmo a vacina de DNA para a Doença do Sono.
Quanto às aulas de culinária que falaste no outro post, eu acho que devias apostar nesse negócio: sucesso garantido! Eu posso ser cobaia dessas aulas ;)
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