quase profissional

é possível gostar de um serial killer?

Sim. Até adorar.

determinação precisa-se

Lembro-me de que quando andava no secundário sentia profundamente que seria capaz de fazer tudo o que quisesse, estudar horas infindáveis e trabalhar até cair para o lado. Era bastante determinada e quando punha uma coisa na cabeça geralmente cumpria. Nestes últimos dias tenho andado a tentar recuperar esse sentimento, indispensável se quero ter sucesso no mês que se avizinha, com trabalho até ao pescoço. Mas parece-me que já não sou capaz de fazer maratonas, mesmo depois de umas mini-férias, o que só me parece um sinal de que estou a ficar irremediavelmente velha e incapaz de ficar 12 horas no laboratório a pipetar. Resumindo, estou a um palmo de um ataque de nervos, que me está a deixar a cabeça em papa. Sim, bem sei que ataques de pânico ainda pioram mais as coisas, mas hoje só me apetece queixar-me da vida e do horrível que é este maldito doutoramento.

não andei por cannes

Mas bem que podia por ter lá passado a divulgar o já chamado "Filme da Erva", que recebeu aclamações tímidas aqui e ali e despertou algumas gargalhadas. A minha carreira no cinema nonsense deu os primeiros passos.

Na verdade andei a passear com a minha irmã pela Escócia e ver algumas coisas que nos tinham escapado no ano passado: castelo de Culzean, Stirling e mais outro castelo, Oban, com chocolate quente e ilhas no horizonte, Glasgow e o já habitual passeio pela Buchannan, rua acima, rua abaixo. Como diz em canção, when I'm home everything seems to be right, que é como quem diz, a vida é muito mais vida quando temos as pessoas de quem mais gostamos perto de nós.

a caminho de casa

Untitled from joana carvalho on Vimeo.

persepolis

Animação é brilhante, joga com o preto e branco e obtém efeitos visuais bestiais; o argumento é bem conseguido, é mais realista e justo na medida em que corrige a imagem que possamos ter de que todas as mulheres árabes gostam de ser dominadas; fica-se a perceber que o Irão actual é o produto de imensas convulsões sociais e políticas que duram desde o início do século passado; de que nem todos os árabes são fanáticos religiosos, mas que estes existem e são capazes das piores coisas; que existe vontade para mudar as coisas, ainda que a luta seja difícil e longa, e que a democracia pode ajudar os extremistas a chegar ao poder. Nada é simples nesta história, nem a preto e branco.

verde de inveja

Senhores dos The National,

Venham a Glasgow, por favor :) Há aqui uma menina muito simpática que gosta muito de vocês!

Um abraço amigo,



the national - gospel from sara on Vimeo.

(11 de Maio 2008, o dia em que a Aula Magna foi abaixo)

o cheiro das coisas

Há uma cena no filme "O carteiro de Pablo Neruda" em que ele grava o som do sino da aldeia, do ondular do mar, da noite estrelada... Lembrei-me disso quando fotografei estas flores - imaginem o mais maravilhoso dos cheiros, feito de sonhos, sol, de uma brisa suave e do chilrear de mil passarinhos.

meio botão, um botão, meio botão

era uma vez

Uma nêspera
Estava na cama
Deitada
Muito calada
A ver
O que acontecia
Chegou a velha
E disse
Olha uma nêspera
E zás comeu-a
É o que acontece
Às nêsperas
Que ficam deitadas
Caladas
A esperar
O que acontece.


(Mário Henrique Leiria)

(A nespereira do nosso quintal em Estremoz, fotografada pelo meu pai, que também mandou o poema para compôr o post)

estou a ficar croma

Nesta história dos concertos. Nem as histéricas que passaram o concerto a gritar me impediram de ficar com o alinhamento do concerto, para além de ter conseguido um autógrafo do senhor, que, muito simpático, lá prometeu fazer uma visita a Portugal. David é melancólico, introspectivo, muito teatral no dedilhar das palavras que compõem os poemas, que dão corpo e alma a cada uma das músicas. Vigiado de perto pela sua mais que amada esposa, que o olha com ar muito apaixonado, sempre sorridente. Foi uma boa noite.

ainda faltava um

silver jews, ABC, glasgow

que semana

Há uma semana que faz sol na Escócia. Pude usar tshirts e sandálias, almocei na rua, perdi o cansaço acumulado - de tal maneira que parecia que tinha tomado speeds, tal não foi a descarga de energia que uns raios de sol e um céu azul me trouxeram. Andei tão acelerada, que, entre ratos e PCRs, com a minha cabeça em paragens mais longínquas que a lua, esbarrei (parcialmente) com a porta de vidro que dá acesso ao meu edifício. Ser-se assim, como eu sou, é uma tarefa difícil. Não é para todos.

fiquei muito mais esperta

Depois de passar um fim-de-semana em Cambridge. A cidade é encantadora, com a universidade e os mil e um colégios - ali apetece estudar e fazer ciência, com a certeza que tudo vai dar certo. As tais unidades de excelência, de que tanto ouvimos falar, são feitas de edifícios com 500 anos, com jardins e pátios onde as flores nascem e crescem em silêncio. Fiquei de facto maravilhada: a cidade cheira a flores, todos andam de bicicleta, há um rio povoado de gente a remar. Isto é que é qualidade de vida, meus amigos.

o outro maio

No tempo da valsa dos mil tempos possíveis, exigia-se o impossível. Já. 40 anos passados não se viu outro maio como aquele de Paris, embora precisemos, agora, como então, de lutar pela utopia, pelo sonho, pela esperança, pelo futuro.

nidificar

Não só as aves têm a necessidade de encontrar o sítio ideal onde fazer o ninho. Também nós gostamos de estar rodeados de coisas com as quais nos identificamos, que nos faça sentir em casa, quentinhos. Esta semana comprei uma flor para me fazer companhia e trazer côr e cheiro de Primavera ao meu gabinete, para a semana vou comprar um peixinho.

viva o zeca!

vai um porta-chaves?

era o dia da festa