Tuesday, June 28, 2011

mini-férias

O pretexto desta vez foi ver os Fleet Foxes, aproveitar o regresso do Steven a Glasgow, e matar saudades dos colegas e amigos que deixei na Escola de Veterinária. Amanhã voo para Edimburgo, do aeroporto irei a correr para o concerto, para depois rumar ao Hotel Roz ao final da noite.



Ando há mais de uma semana a esperar pelo dia de amanhã.

Tuesday, June 21, 2011

servidão humana - a procura do sentido da vida

Ai se eu tivesse lido este livro aos 17, logo depois da Aparição e de me ter cruzado com Satre... O tempo que eu perdi, sentada no quarto do meu pai, enquanto descansava os olhos dos livros e os pousava no grande plátano que se via da janela. Tanto que pensei no sentido da vida, no que queria dela, na morte e na existência, no vazio, no universo.

servidão humana (finalmente)

"Ansiava por vê-los. Possuíam uma qualidade que não se lembrava de ter notado antes nas pessoas, que era a bondade."

in Servidão Humana, Somerset Maugham

Sunday, June 19, 2011

potiche, uma comédia a sério

Catherine Deneuve é Potiche, uma mulher da burguesia francesa dos anos 70 que assume um papel contrário ao que dela se espera. Esta é uma comédia inteligente que me fez rir, muito - adorei a decoração (o telefone forrado a veludo-verde escuro é uma delícia) e todos os clichés - os trabalhadores, o membro do PCF, o dono da fábrica reaccionário, aquela família.

vai ser tão, tão bonito

I was old news to you, then
Old news, old news to you then
You, you were like glue
Holding each of us together.
I slept through July
While you made lines in the heather.

Lorelai, Fleet Foxes

as letras, são sempre as letras 2

I was raised up believing
I was somehow unique
Like a snowflake, distinct among
Snowflakes, unique in each way
You'd conceive.

And now after some thinking
I'd say I'd rather be
A functioning cog in some great
Machinery, serving somebody beyond me

But I don't, I don't know what
That will be!

Helplessness Blues, Fleet Foxes

Saturday, June 18, 2011

fazes-nos falta, temos saudades tuas

"Eu não sou um exemplo do que é viver neste mundo. Sou um privilegiado. Mas não posso estar contente. O mundo é um inferno. Mas não vale a pena ameaçarem-nos com outro inferno porque já estamos nele. A questão é saber como é que saímos dele."


José Saramago

ontem recebi um presente

Não veio embrulhado, não cheirava a perfume. Não tinha peso, nem consistência. Não tinha forma, não lhe podia adivinhar os contornos. Não se podia ver numa qualquer montra, nem tão pouco percorrer com os dedos num catálogo. Mas este presente não era feito de ar - era feito sim de palavras e carinho.

mal posso esperar

Monday, June 13, 2011

pode alguém ser quem não é - II

A resposta é um categórico não. Hoje esqueci-me pela enésima vez do cartão da empresa - ficou a fazer companhia ao cartão de débito, que me fez falta quando quis levantar dinheiro. Cheguei a casa e fiquei contente quando o vi - pior que me ter esquecido do cartão era tê-lo perdido - e quantas vezes é que isso já me aconteceu? Voltei a sair de casa, para levantar dinheiro e comprar umas coisas para o jantar, and guess what? Ao menos apercebi-me que me tinha esquecido outra vez do cartão ainda na fila e assim evitei a vergonha de não ter nem uma libra para pagar as compras. Massa com atum é o que me espera esta noite, a ver se fico mais esperta.

Sunday, June 12, 2011

alma

Há cidades obviamente bonitas. É impossível não gostar delas, é fácil deixarmo-nos encantar. Paris é assim, Edimburgo, Amsterdão. Outras vão-nos conquistando lentamente, sem repararmos. Basta tropeçarmos num café giro, uma ruela escondida, um mercado cheio de flores. Glasgow é assim - uma cidade industrial sem muita graça se não deambularmos pelo West End. Berlim não é uma cidade linda, mas tem certamente alma.

Copenhaga apanhou-me de surpresa. Não é imaculada como Estocolmo, tem qualquer coisa que não é nem palpável ou mensurável. Foi exactamente isso, isso que não consigo descrever, que me fez gostar dela. O porto é delicioso, a biblioteca da Universidade linda. Senti-me verdadeiramente emocionada no Museu Louisiana e privilegiada por ter apanhado uma exposição temporária dedicada ao Picasso. Para além de quadros do (honestamente posso afirmar isto) meu pintor preferido, estavam lá expostos jornais e posters de Congressos pela Paz, com as suas famosas pombas. O museu era ele mesmo uma obra de arte, à beira-mar, com jardins repletos de esculturas. Também gostei muito dos quadros de Asger Jorn, um pintor dinamarquês que desconhecia, e das esculturas de Giacometti.

Foi um fim-de-semana descontraído, sem grandes preocupações e sem olhar muito para o guia. Tempo para ver a final da Liga dos Campeões enquanto bebericávamos uma Carlsberg, para brincar na loja da Lego e matar saudades da infância. Tempo para sentir a cidade e espreitar-lhe a alma.