Há cidades obviamente bonitas. É impossível não gostar delas, é fácil deixarmo-nos encantar. Paris é assim, Edimburgo, Amsterdão. Outras vão-nos conquistando lentamente, sem repararmos. Basta tropeçarmos num café giro, uma ruela escondida, um mercado cheio de flores. Glasgow é assim - uma cidade industrial sem muita graça se não deambularmos pelo West End. Berlim não é uma cidade linda, mas tem certamente alma.
Copenhaga apanhou-me de surpresa. Não é imaculada como Estocolmo, tem qualquer coisa que não é nem palpável ou mensurável. Foi exactamente isso, isso que não consigo descrever, que me fez gostar dela. O porto é delicioso, a biblioteca da Universidade linda. Senti-me verdadeiramente emocionada no Museu Louisiana e privilegiada por ter apanhado uma exposição temporária dedicada ao Picasso. Para além de quadros do (honestamente posso afirmar isto) meu pintor preferido, estavam lá expostos jornais e posters de Congressos pela Paz, com as suas famosas pombas. O museu era ele mesmo uma obra de arte, à beira-mar, com jardins repletos de esculturas. Também gostei muito dos quadros de Asger Jorn, um pintor dinamarquês que desconhecia, e das esculturas de Giacometti.
Foi um fim-de-semana descontraído, sem grandes preocupações e sem olhar muito para o guia. Tempo para ver a final da Liga dos Campeões enquanto bebericávamos uma Carlsberg, para brincar na loja da Lego e matar saudades da infância. Tempo para sentir a cidade e espreitar-lhe a alma.
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