Friday, January 4, 2008

esperança para 2008

A geração dos meus pais não teve uma vida fácil. Tal como hoje, enfrentaram guerras, desemprego, analfabetismo e fome, e tantas outras coisas mais que não vale a pena enumerar. Mas os meus pais tiveram uma coisa que eu não tenho, pelo menos na maioria dos dias: a esperança concreta que um homem novo existia ou podia existir e que era possível a construção de uma sociedade diferente. Hoje somos esmagados pelo capitalismo atroz que parece ter triunfado em todas as linhas, por um mundo desequilibrado que parece ter chegado a um beco sem saída. Haverá mesmo um futuro?

Não sei como será o futuro, mas junto os meus desejos para este novo ano aos expressos pelo BB na sua última crónica:

"Com rigor, porém, penso que seria bom renascer em todos nós um pouco de ternura. Que a compaixão e a bondade não andassem por aí, desempregadas, e também elas tontas e aflitas, por tão sós. Que a felicidade fosse possível. Que tão poucos não tivessem tanto, e tantos não tivessem tão pouco. Que a paz interior não fosse, apenas, resultado da solidão, mas a certeza de uma verdade temporal. Que a necessidade de verdade se transformasse numa urgência diária. Que a sinceridade constituísse a vontade de se ser verdadeiro. Que a vida não se traduzisse uma infusão de falsos valores e de promessas de eternidade duvidosa, mas sim que o conhecimento tivesse a conformidade das exigências sociais e éticas."

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