Hoje foi a vez do Director do Jornal de Negócios. Estes senhores, do quentinho dos seus escritórios, do conforto dos seus gabinetes, de onde escreveram inúmeros editoriais a defender a cartilha dominante, descobriram, pasmem-se, que há jovens explorados, gente a recibos verdes, profissionais qualificados que estão a sair do país porque em Portugal não encontram emprego.
Esta corja rege-se pela mesma doutrina de muitos dos jornalistas que cobriram as recentes manifestações de estudantes no Reino Unido contra o aumento das propinas. Alguém louvou o espírito de resistência de milhares de jovens que saíram às ruas para defender uma educação acessível a todos? Alguém se felicitou por uma reacção clara contra o comodismo, contra o que tantos gostam de apelidar de geração amorfa? Pois claro que não, foram apelidados de desordeiros, egoístas, privilegiados.
Aqui d'el rei, gritam! O país precisa de acordar, defendem.
Acordados já nós andamos há muito tempo; já demos muitos gritos e até já nos cansámos de chorar as nossas angústias. Continuaremos, claro, porque temos a vida pela frente e só nós a podemos viver. Um dia de cada vez, mas sabendo que queremos mais que isso - o que não precisamos é de ouvir recados de gente que não sente aquilo que escreve e que já há muito tempo escolheu o lado em que quer estar na vida.
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