Estou sempre a aprender coisas giras com a Maria, a pessoa que eu conheço que é (quase) tão distraída com eu. Depois das lulas-babuíno, e a importância desta espécie na evolução dos primatas, és que surge o conceito do couchsurfing, uma rede de contactos de pessoas dispostas a hospedar desconhecidos. Basta um colchão e uma boa dose de espírito de aventura.
Friday, August 31, 2007
a teia de aranha maior do mundo
A natureza é mesmo uma coisa espantosa. Foi encontrada no Texas uma teia de aranha que cobre mais de 180 metros de arbustos e árvores do parque de Tawakoni. Felizmente (!) não foi trabalho de uma aranha gigante, mas o resultado do esforço de milhões de pequenas aranhas, se bem que não sei o que é mais assustador...
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Thursday, August 30, 2007
timor-leste
Já há muito tempo que as notícias de Timor me deixam triste. Não finjo conhecer a realidade política do país, longe disso, mas os discursos do Xanana e do Ramos-Horta não me convencem de que estão a defender os interesses do povo timorense, têm sotaque australiano. É uma pena que se tenha lutado tanto pela independência de Timor e se esteja agora a trair essa conquista, vendendo o país e os seus recursos naturais a outros neocolonizadores.
Wednesday, August 29, 2007
national trusting
A partir de hoje sou sócia do National Trust of Scotland, entidade que na Escoce recupera e protege património natural e arquitectónico. Este fim-de-semana vou para Kirkcudbright ver a Broughton House e o Castle Douglas em Threave. Que pinta!
Threave
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Broughton House
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virgens suicidas
Ontem vi as "Virgens Suicidas" e acho que foi o filme que mais gostei da Sofia Coppola. Dou por mim a pensar que a tristeza é talvez um sentimento mais profundo, mais belo, até mais honesto? Muitos dos filmes de que mais gosto são talvez também os mais tristes, talvez mais adequados à realidade da vida, uma mistura de felicidade e tristeza, onde as relações entre as pessoas são o que mais conta. Acho que, se calhar, é isso que um bom filme consegue fazer - imitar a vida sem tons cor-de-rosa.
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Tuesday, August 28, 2007
Monday, August 27, 2007
da ecologia
E porque é que a extinção de espécies é uma coisa preocupante? Quando uma espécie desaparece todo o ecossistema é afectado e, em última análise (e se os motivos puramente altruístas não forem suficientes para comover e convencer) afectará o Homem. Como cidadãos do mundo temos o dever de conservá-lo para as futuras gerações. Imaginam um mundo sem elefantes, tigres, leões, baleias, rinocerontes, só para falar nas espécies mais conhecidas? Nunca mais veremos, por exemplo, o golfinho branco (Lipotes vexillifer) que vivia há 20 milhões de anos nos rios da China. 20 milhões de anos. Extinto em resultado da acção humana, em menos de 50 anos.
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Deixar uma espécie extinguir-se, ou um habitat desaparecer, é como queimar mil vezes a biblioteca de Alexandria. Não há como recuperar, não há volta atrás e não há nada mais triste.
A Grécia está a arder e, infelizmente, é apenas o rosto actual dos crimes ecológicos que acontecem diariamente. Ah, felizmente Portugal está mais preparado, com a aquisição dos novos helicópteros - para usar no pico da época de incêndios, lá para Novembro...
bilhetes quase comprados
Regresso a casa no início de Novembro. Não foi fácil decidir quando na Escoce tenho tudo o que preciso para fazer o doutoramento, mas faz-me falta tudo o resto. Preciso de ir para casa para poder respirar fundo e acumular energias para outra temporada em terras escocesas.
Friday, August 24, 2007
privatização do ensino, aí a temos
Spreads para pagamento de empréstimos para realizar um curso superior a 1,35%. Negociáveis. Parece que este governo se esqueceu de ler a parte da constituição que fala de um ensino tendencialmente gratuito. Perversamente, dizem que todos os estudantes terão acesso a esta linha de crédito, como se fosse uma coisa fantástica uma pessoa ter que contrair uma dívida para poder frequentar o ensino superior. Mas esta é certamente a ideia que estes senhores têm de democracia.
o luís, a matilde e o devendra
Esta semana foi boa uma semana. O sol apareceu quatro dias seguidos, estive ao pé do rio, ao sol, a carregar baterias e recebi a visita do Luís e da Matilde. Ver amigos é como ir de férias para um sítio bonito e onde nos sentimos em casa. Em especial ver o Luís que é um optimista nato, foi uma lufada de ar fresco. Falámos dos jantares de ideias e dos tempos em que a casa da Sara estava sempre cheia de gente, da altura em que mesmo que a conversa fosse sobre sapatos ia inevitavelmente parar à Guerra do Iraque, e claro, do que é ser emigrante em Bruxelas e em Glasgow. Até houve tempo para ir a um concerto, ver o Devendra Banhart (magro, barbudo, Jesus Cristo na versão louca), e foi muito muito bom. Segundo a opinião mais do que especializada do Luís, Glasgow ainda é melhor do que Bruxelas, toda a gente passa por cá.
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Monday, August 20, 2007
e como uma má notícia nunca vem só...
Os lampiões ficaram sem treinador, coitadinhos... Fiquei muito triste, porque até acho que o Fernando Santos estava a fazer um bom trabalho. É de treinadores como ele que o Porto precisa... no Benfica.
taxas de juro
As taxas de juro voltaram hoje a subir, atingindo o máximo de mais de seis anos. Já esteve mais longe o dia em que terei que vender um rim para pagar a prestação ao banco... Fica a ideia: as bolsas de investigação em Portugal não sobem há quase 5 anos. E se indexassem os salários à Euribor?
reflexões inúteis de fim de semana
Este fim de semana tinha pensado ir ao cinema e depois ir ver a House for an Art Lover. A chuva convenceu-me a ficar em casa, que bem precisava de algum cuidado e arranjo. Além disso ando um bocado eremita, não sei bem porquê. Já o sou por natureza, mas ultimamente ando pior, acho eu. Enfim, fiz as coisas habituais, ver um bocadinho de televisão, ler umas quantas páginas, ouvir outras tantas músicas. Às tantas comecei a escrever uma lista de livros que me lembrava de ter lido e cheguei ao miserável número de 107. Muitos livros foram apagados da minha memória, mas aqui fica a contagem. Se considerarmos a vida literária de uma pessoa, imaginemos dos 15 aos 75 anos, portanto 60 anos, e se esta pessoa ler uma média de 12 livros por ano, dá 720 livros lidos. Não é assustadoramente pouco? Bem, os números pouco interessam, não estamos em nenhuma corrida, mas sendo a ignorância tanta e o que podemos aprender tão pouco, talvez a escolha do próximo livro a ler deva ser mais bem pensada.
baco era certamente escocês
Hoje a minha orientadora contou-me que hoje era incapaz de fazer fosse o que fosse porque tinha bebido demais na noite anterior. Informações a mais que eu não precisava de saber, mas a verdade é que a cara dela não enganava ninguém. Estes escoceses (na verdade, todos os britânicos) têm uma relação com o álcool diferente da nossa. Quando eles bebem, não bebem um copinho ou dois. Não. Bebem até caírem para o lado. Eu bem vi do que eles são capazes num jantar de despedida de uma investigadora do meu departamento. Desde o estudante de doutoramento até ao senhor catedrático, todos bebem pela mesma medida. E eu com o meu copinho de água, nunca me senti mais estrangeira.
Friday, August 17, 2007
bolas de berlim
Logo este ano em que houve o update do micro-ondas na casa que alugamos todos os anos no Algarve é que eu não estou lá! Não é justo, a sério!
A ida em família para o Algarve é uma tradição de anos da nossa família. Lembro-me como se fosse hoje de apanhar conchas com a minha mãe na ilha de Faro. Depois passámos a ir para a Manta Rota e de seguida para Altura.
As bolas de berlim só sabem bem junto ao mar e não há nada que se compare com o carapau e a sardinha assada (preparadas pelo meu tio, o assador oficial, que também tempera as saladas) que comemos alternadamente, para grande desgosto da Marta que odeia profundamente sardinhas.
As sestas são melhores do mundo. O corpo cansado do mar e do sol pede por meia hora de sono e, quando acordamos, parece que dormimos uma eternidade.
A revista às barracas dos ciganos de roupa e quinquilharia são a parte preferida da minha tia, que as inspecciona e regateia como uma profissional do ramo do pronto-a-vestir. Também há o Maria, marroquino que vende relógios e afins. Somos clientes fiéis, o meu pai já deve ter pelo menos cinco ou seis relógios (de marca, evidentemente!) e a minha tia outros tantos.
O cinema. Não são os melhores filmes do mundo, muito provavelmente são os piores do momento, mas todas as noites (há dois anos as exibições tornaram-se intermitentes, para nosso desconsolo) eramos uma presença mais do que garantida.
E os crepes. Crepes com gelado, crepes com banana e chocolate, crepes com fruta.
charles rennie mackintosh
Mackintosh é um dos filhos pródigos de Glasgow. Arquitecto e designer, deixou marcas por toda a cidade - Escola de Artes, a Willow Tea Rooms ou a House for Art Lovers são alguns exemplos - e um traço facilmente identificável em peças de mobiliário, joalharia e edifícios. Nascido no século XIX Mackintosh foi claramente um homem à frente do seu tempo e as suas obras são marcadamente contemporâneas.
Glasgow School of Arts (biblioteca)
Glasgow School of Arts (biblioteca)
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Padrão (rosa) encontrado em muitas das portas e candeiros
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House for an Art Lover
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Thursday, August 16, 2007
últimas leituras
"Por quem os sinos dobram" é um livro magnífico sobre a guerra civil Espanhola. É crú e belo. Como infelizmente a derrota da República e a vitória do Fascismo de Franco fazem parte da história, a leitura do livro foi quase dolorosa, triste. Mas Hemingway reveste as personagens de carne e osso e sonhos e isso é o melhor deste livro.
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Depois de ler um livro triste achei que a melhor escolha seria um livro levezinho e divertido. No outro dia estive a bisbilhotar o blogue da Eunice e lá ela descreve com grande entusiasmo um autor que eu ainda não conhecia, o Nick Hornby. Comprei 3 livros dele (para além do "About a Boy", comprei "A long way down" e "High Fidelity") e comecei pelo "About a boy". Desprentensioso e divertido, lê-se num instante e vale bem a pena.
E como estava num ambiente de férias e passeios, nada melhor do que ler um livro sobre viagens escrito por um grande autor. Delicioso.
londres
Adorei Londres. A imponência dos edíficios, o rio, as pessoas, os museus, a confusão, o metro, o(s) sotaque(s), os autocarros, a diversidade, as ruas, os parques, a imensidão de coisas para ver e fazer. Não me acontece muitas vezes, mas deixei Londres com vontade de lá viver.
as manas
Andámos quilómetros e divertimo-nos muito. Comemos mais pizzas, hamburgers e sandes do que gostaríamos, mas ficámos maravilhadas com tudo o que vimos e por mim tinha ficado em Londres. Ou então embarcar de volta a Portugal. Mas o melhor remédio para ultrapassar a melancolia das férias é pensar nas próximas. Começamos a planear a próxima viagem?
aprender, aprender, aprender sempre
E não há melhor maneira de aprender do que a viajar. O que vemos e sentimos entra em nós por osmose, sem esforço consciente e a uma velocidade estonteante. Temos tempo para pensar, para imaginar, criar, o mundo parece ser visto a 120% e o tempo como que pára, suspenso. Contraditoriamente, o tempo também é acelerado ao ritmo de tudo o que de novo encontramos. Não há nada melhor do que viajar.
A Escoce é um país maravilhoso. A viagem até Fort William e Malaig foi das viagens mais bonitas que já fiz. Lagos, montanhas, cascatas, riachos, castelos. Até o nevoeiro e a chuva fazem parte da história e dão a tudo um ar mágico. Não vimos veados ou esquilos, nem, apesar de todos os nossos esforços, a sombra da Nessie, mas descobrimos um país em que apetece correr e andar pelos campos a fora.
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