"Em breve, todas as pessoas naquela cave estavam de mãos dadas, e o grupo de alemães formava um círculo irregular. As mãos frias fundiam-se nas quentes e, em alguns casos, transmitia-se a sensação de outro pulso humano. Atravessava camadas de pele pálida e tensa. Alguns fechavam os olhos, aguardando a sua extinção definitiva, ou esperando um sinal de que o ataque terminara finalmente.
Mereciam melhor sorte, aquelas pessoas?
Quantas tinham perseguido outras activamente, lançadas no rasto do olhar de Hitler, repetindo as suas frases, os seus parágrafos, a sua obra? Seria Rosa Hubermann responsável? Ela que escondera um judeu? Ou Hans? Mereciam todos eles morrer? As crianças?"
in A rapariga que roubava livros, Markus Zusak
No comments:
Post a Comment