Wednesday, March 28, 2007

xana

Hoje a Xana faz anos. Quando ela nasceu, a mãe dela decidiu dar-lhe o nome de Maria Inácia. O som do nome dela não deve ter soado muito perceptível aos ouvidos da pequena Joana. Sem saber muito bem o que é que eu andava a balbuciar, demorou um pouco a perceberem exactamente que Xana era o novo nome de Maria Inácia. A trabalhar há mais anos em minha casa do que eu tenho de idade, trocou-me as fraldas e aturou-me as birras de adolescente, enfim, cresci com ela. Gosto muito da comida dela (ensopado de borrego e a sopa de cação são as minhas preferidas), e em Glasgow faz-me muita falta a comida que ela nos prepara semanalmente. A Xana é, e com muito carinho o digo, a minha terceira avó.

Cresceu no campo e trabalhou de sol a sol durante anos, nos longos latifúndios alentejanos. “O sol nunca mais desaparecia”, disse-me ela um dia. O Corda, o marido dela, começou a guardar perus aos 4 anos, estando mais que provado que a idade da inocência é só para aqueles que têm esse privilégio. Têm duas filhas e 5 netas, e fico muito feliz por ver que hoje eles podem gozar uma reforma merecida, passear por esse mundo fora e ver coisas bonitas.

No outro dia falei do Miguel Torga e dos transmontanos. Hoje fica a referência a dois grandes livros sobre o Alentejo e a vida daqueles que lá vivem: Levantado do Chão, de José Saramago, e O pão não cai do céu, de José Rodrigues Miguéis.

2 comments:

Unknown said...

Parabéns à Xana! E aos seus magníficos cozinhados que já tive a oportunidade de provar.

sara said...

também quero dar os parabéns à Xana! e o sr Corda, volta e meia, é falado cá em casa pelas suas histórias.